sábado, 9 de junho de 2012

O corvo e a raposa.


"Um corvo pilhou um queijo, e com ele no bico foi pousar em uma árvore. Pelo cheiro atraída, acudiu uma raposa, e logo assentou que seria ela quem comesse o queijo; mas como! a árvore era alta, e o corvo tem asas, e sabe voar. Recorreu pois a raposa às suas manhas: Bons dias, meu amo, disse; quanto folgo de o ver assim belo e nédio. Certo entre o povo alígero não há quem o iguale. Dizem que o rouxinol o excede, porque canta; pois eu afirmo que V. Exa. não canta porque não quer; se o quisesse, desbancaria a todos os rouxinóis Ufano por se ver com tanta justiça apreciado, o corvo quis mostrar que também cantava, e logo abre o bico, cai‐lhe o queijo, a raposa o apanha, e safa‐se dizendo: Adeus, Sr. Corvo, aprenda a desconfiar das adulações, e não lhe ficará cara a lição pelo preço desse queijo.


MORAL DA HISTÓRIA ‐ Desconfiai quando vos virdes mui gabados; o adulador escarnece de vossa credulidade, e prepara‐se para vos fazer pagar por bom preço os seus elogios.



ESOPO (fabulista grego do VI sec. a.C.)
Fábulas
Fábula XXXIV , O corvo e a Raposa.

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