
Por GUSTAVO BALESTRIN.
A luz e o simbolismo foram os aspectos que mais chamaram a minha atenção quando comecei a estudar humanidades clássicas, e este quadro, pintado por Georges de la Tour, é um exemplo digno de ser comentado, pois usa muito bem estes dois elementos.
Este quadro
foi pintado durante o período de arte chamado Barroco e que abarca também o
período histórico da contra-reforma protestante....
Os quadros serviam para ensinar e instruir os fiéis durante este duro período pois a maioria das pessoas eram analfabetas e não podiam ler os escritos dos sacerdotes, teólogos contra os ensinamentos dos protestantes, que predicavam uma predestinação das pessoas ao céu e que se manifestava pelas riquezas que possuía: Deus, segundo eles, abençoava e salvava os que possuíssem mais dinheiro. Essa era uma das doutrinas de alguns protestantes barrocos.
Os quadros serviam para ensinar e instruir os fiéis durante este duro período pois a maioria das pessoas eram analfabetas e não podiam ler os escritos dos sacerdotes, teólogos contra os ensinamentos dos protestantes, que predicavam uma predestinação das pessoas ao céu e que se manifestava pelas riquezas que possuía: Deus, segundo eles, abençoava e salvava os que possuíssem mais dinheiro. Essa era uma das doutrinas de alguns protestantes barrocos.
Neste
quadro a fonte de luz é a vela, símbolo da fé recebida no batismo, que ilumina
a face, a alma de Maria Madalena e mostra assim que ela é uma batizada que vive
de acordo com aquilo que professou.
Uma caveira
está posta no seu colo, simbolizando assim a morte, mostra como ela vive de
acordo com os bens eternos, últimos, que não passam e não buscando a gloria
deste mundo.
No chão
estão jogadas as jóias que ela deixou para viver a nova vida; foi o preço que
ela teve que pagar para ser iluminada pela luz, para possuir a Cristo.
Olhando
novamente a sua face, eu estou quase tentado a afirmar que Georges de la Tour
escolheu pintar ela de lado para que cada pessoa pudesse relacionar-se com o
quadro e por a sua face no lugar da de Maria e repetir a mesma experiência que
ela fez: deixar-se conquistar pela luz de Cristo deixando as coisas deste mundo
e vivendo para Deus.
Ao ver este
quadro, aqueles que abandonaram os bens deste mundo, como Maria Madalena o fez,
poderiam encontrar força no seu exemplo e seguir entregando-se a Deus, e
aqueles que ainda estivessem presos as vaidades deste mundo, este quadro
serviria como um convite a deixar tudo por Cristo. Uma lembrança que somos
peregrinos neste mundo, que um dia vamos morrer, a caveira, e que vale apena
deixar tudo, as jóias, para ser católico, a vela, e ser iluminado pela nova
luz, a fé.
George de
la Tour realizou assim a sua meta de “evangelização” com este quadro usando o "chiaroscuro" (luz nas sombras), criando um ambiente místico, cheio de simbolos
que pudesse levar as pessoas a imitar o exemplo de Maria Madalena, que deixou todos
os prazeres deste mundo para ter a Cristo e ser iluminada por ele.
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